Se eu pudesse criaria um vento, quem sabe uma ventania? Ou até mesmo um tufão, só pra poder levar todas as mágoas e as dores que eu carrego dentro do meu peito, que levo com muito esforço, pois já se tornaram parte de mim, como um musgo em uma parede úmida e esquecida. E rezaria pra que esse vento não deixasse sequer a sombra do que está impregnado aqui, que pudesse apagar todos os vestígios de quem eu me tornei e que levasse de vez todos os mecanismos de defesa e máscaras que eu assumi e criei na minha vida.
Se não fosse pedir muito, gostaria que ele trouxesse pra mim a felicidade que eu pouco senti, os carinhos que por ventura eu rejeitei e as pessoas que me fariam bem e eu as afastei por medo de fazê-las sofrer tanto quanto eu. Pediria a liberdade de mostrar amor, que eu raramente deixei transparecer! Na verdade, eu queria um vento que retrocedesse a minha vida e me levasse de novo aos tempos em que tudo era felicidade e nada me faria triste, porque eu me sentia forte.
Mas esse sonho não é viável, e a descontrução de mim não é uma verdade. Então eu vou caminhando num mar de solidão, com o pesar de minhas mágoas... e vou chorando pra lavar a alma da sujeira de minhas dores, e pensando no quão bom seria O VENTO!
J. Assis
J. Assis
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